terça-feira, 28 de abril de 2009

Bioindicadores

Já ouviu falar em bioindicadores?

A primeira vez que escutei falar disto nem foi na faculdade de engenharia ambiental e sim em um estágio em uma grande empresa, no qual eles usavam a tilápia como bioindicador, na saída dos efluentes, ao entrar no curso normal do rio, ao verem que as tilápias conseguiam se desenvolver normalmente podia então se observar que a qualidade da água e o nível de OD (oxigênio dissolvido) estavam estáveis.

Lá vai algumas definições:

Bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas cuja presença, abundância e condições são indicativos biológicos de uma determinada condição ambiental. Os bioindicadores são importantes para correlacionar com um determinado fator antrópico ou um fator natural com potencial impactante, representando importante ferramenta na avaliação da integridade ecológica (condição de “saúde” de uma área, definida pela comparação da estrutura e função de uma comunidade biológica entre uma área impactada e áreas de referência).Os bioindicadores mais utilizados são aqueles capazes de diferenciar entre oscilações naturais (p.ex. mudanças fenológicas, ciclos sazonais de chuva e seca) e estresses antrópicos. Fonte: UFMG

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Bioindicadores são organismos ou comunidades, cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais, que podem ser empregados como indicadores na avaliação de uma dada área. Esta definição inclui conscientemente a indicação de comportamentos naturais, como por exemplo, na agricultura, onde podemos inferir sobre características de uma região apenas pela presença ou ausência de determinadas espécies vegetais.
Fonte: Ambiente Brasil

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Mas toda esta conversa sobre bioindicadores surgiu desta matéria que ví hoje no site da uol do dia 14/04/09 que pode ser lido abaixo, ou CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

Boto ajuda a indicar concentração de mercúrio na costa marítima fluminense

Longe de ser apenas um personagem que enriquece o imaginário popular brasileiro, o boto é um indicador natural do nível de mercúrio presente no ambiente aquático, por acumular esse metal tóxico nos seus tecidos.

Essa é a tônica do projeto "O boto-cinza (Sotalia guianensis) como sentinela da saúde dos ambientes costeiros: estudo das concentrações de mercúrio no estuário amazônico e costa norte do Rio de Janeiro", desenvolvido na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), como dissertação de mestrado do biólogo Jailson Fulgencio de Moura, com auxílio de uma bolsa da Faperj.

Leif Parsons/The New York Times
O boto-cinza é um indicador natural do nível de mercúrio presente no ambiente aquático, por acumular esse metal tóxico nos seus tecidos
O pesquisador escolheu como objeto de estudo a espécie boto-cinza encontrada desde Santa Catarina até a América Central e membro da família dos Delfinídeos - a mesma dos golfinhos. "O boto-cinza acumula em seu organismo mais substâncias contaminantes presentes nas águas do que outras espécies que habitam o mesmo ecossistema, como os mexilhões. Isso ocorre pelo fato dele ser um animal que vive bastante, até 30 anos, o que aumenta o tempo de exposição às substâncias tóxicas", diz Jailson.

Além disso, o boto-cinza está no topo da cadeia alimentar e ingere animais que já têm no organismo um acúmulo prévio de mercúrio e de pesticidas organoclorados. "O boto-cinza se alimenta de lulas, camarão e peixes, especialmente do peixe-espada, o Trichiurus lepturus, um predador que acumula mercúrio proveniente de outras espécies que consome. Por mais que na água os níveis de mercúrio sejam reduzidos, o metal se concentra mais nos animais do topo da cadeia trófica", explica o biólogo, que teve como orientador na Fiocruz o professor Salvatore Siciliano.

Altamente tóxico, o mercúrio também representa um risco à saúde humana. Em mulheres grávidas, o metal atravessa a placenta e pode até causar danos hepáticos e neurológicos ao feto. Jailson alerta para o perigo de se consumir peixes que estão no topo da cadeia alimentar e, consequentemente, acumulam mais mercúrio: "Nos Estados Unidos, existe uma campanha que estimula mulheres grávidas e em idade provável de gravidez a evitar o consumo de peixes como o tubarão e o atum".

Outra vantagem de utilizar o boto-cinza como alvo da pesquisa é o fato do animal viver sempre na mesma região costeira, facilitando o diagnóstico da saúde do ecossistema. "O boto-cinza habita estritamente em regiões costeiras e não vive em águas profundas, apenas em áreas de até 50 metros de profundidade. Ele não realiza grandes migrações durante sua vida, de modo que sua saúde está associada às condições do ambiente em que vive. Essas peculiaridades da espécie permitem conhecer melhor os efeitos da ação poluidora do homem no ecossistema costeiro", diz.

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Engenheira Daiane Santana.

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Sugestões e dúvidas: daianeea@gmail.com

Um comentário:

  1. Olá Daiane...
    na conclusão do meu tecnico (em meio ambiente), eu fiz um trabalho de nome pomposo" tratamento de liquido percolado, atraves de processos fotossinteticos", e alem das especies escolhidas (eichornia, salvinia, wolffia) serem biomonitoras, eles faziam a remediação do liquido contaminado (o chorume)atraves da fotossintese,,,
    um tema muito legal a ser trabalhado,
    excelente post! abração

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